A propósito de fragmentos de um discurso amoroso, voltei a ler e compreender de forma radicalmente nova o que diz Roland Barthes:
Angústia: "O sujeito (...) sente-se arrastado pelo medo de um perigo, de um mal, de um abandono, de uma alteração- sentimento que exprime sobre o nome de angústia"
(...)
"É muitas vezes pela linguagem que o outro se altera; diz uma palavra diferente e ouço sussurrar ameaçadoramente todo um outro mundo, que é o mundo do outro"
(...)
Tragédia segundo Schelling: "O essencial da tragédia é ...um conflito real entre a liberdade do indivíduo e a necessidade enquanto objectiva, conflito esse que termina, não pela derrota de um ou do outro, mas porque os dois, simultaneamente vencedores ou vencidos, surgem na indiferença perfeita"
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Último Soneto
ResponderEliminarQue rosas fugitivas foste ali!
Requeriam-te os tapetes, e vieste...
--- Se me dói hoje o bem que me fizeste,
É justo, porque muito te devi.
Em que seda de afagos me envolvi
Quando entraste, nas tardes que apareceste!
Como fui de percal quando me deste
Tua boca a beijar, que remordi...
Pensei que fosse o meu o teu cansaço ---
Que seria entre nós um longo abraço
O tédio que, tão esbelta, te curvava...
E fugiste... Que importa? Se deixaste
A lembrança violeta que animaste,
Onde a minha saudade a Cor se trava?...
Mário de Sá-Carneiro