sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Fragmentos de um discurso amoroso

A propósito de fragmentos de um discurso amoroso, voltei a ler e compreender de forma radicalmente nova o que diz Roland Barthes:

Angústia: "O sujeito (...) sente-se arrastado pelo medo de um perigo, de um mal, de um abandono, de uma alteração- sentimento que exprime sobre o nome de angústia"


(...)


"É muitas vezes pela linguagem que o outro se altera; diz uma palavra diferente e ouço sussurrar ameaçadoramente todo um outro mundo, que é o mundo do outro"


(...)


Tragédia segundo Schelling: "O essencial da tragédia é ...um conflito real entre a liberdade do indivíduo e a necessidade enquanto objectiva, conflito esse que termina, não pela derrota de um ou do outro, mas porque os dois, simultaneamente vencedores ou vencidos, surgem na indiferença perfeita"

1 comentário:

  1. Último Soneto

    Que rosas fugitivas foste ali!
    Requeriam-te os tapetes, e vieste...
    --- Se me dói hoje o bem que me fizeste,
    É justo, porque muito te devi.

    Em que seda de afagos me envolvi
    Quando entraste, nas tardes que apareceste!
    Como fui de percal quando me deste
    Tua boca a beijar, que remordi...

    Pensei que fosse o meu o teu cansaço ---
    Que seria entre nós um longo abraço
    O tédio que, tão esbelta, te curvava...

    E fugiste... Que importa? Se deixaste
    A lembrança violeta que animaste,
    Onde a minha saudade a Cor se trava?...

    Mário de Sá-Carneiro

    ResponderEliminar